segunda-feira, 30 de julho de 2012

Simplesmente Viver!


Às vezes eu olho para o céu e vejo a beleza de um céu estrelado; quando paro para observar estas estrelas, esse céu, que parecia simplesmente um céu, adquire um novo valor, nem sempre sei claramente o que estou vendo, mas é simplesmente belo.
A simplicidade da vida na terra foi pouco a pouco esquecida pela humanidade, incrível que mesmo as pessoas de vida simples foram esquecendo esta maravilha. As verdadeiras riquezas foram sendo catalogadas como ignorância e pobreza.
Em uma vivência de xamanismo de busca de visão, fui dormir algumas noites numa tenda no meio da mata, onde ficavam as mulheres em seu período menstrual. Esta era construída de costaneiras, coberta com taquaras pelos índios Guaranis, e não tinha piso, era simplesmente chão batido. Ali se fazia um fogo que ficava aceso dia e noite, este era mantido pelas mulheres que estavam nesta tenda. Ao lado desta, ficava uma pilha de lenha e gravetos para alimentar o fogo. Este exercício diário que experimentava, independente da minha vontade, me deixava extremamente irritada, depressiva, triste. Embora tentasse me desvencilhar destas sensações era em vão, as técnicas não se mostravam hábeis, ou seja, não funcionavam. Após sair desta tenda, fui para outro espaço de busca, ainda querendo compreender o que se passava. Tive um momento de lucidez, como um filme na minha lembrança, do tempo em que vivia em um lugarejo pobre, uma vila de pescadores, onde carregávamos água da fonte e acendíamos um fogão de lenha para cozinhar, sem luz elétrica, nem geladeira, televisão, enfim, sem as condições ditas atualmente como imprescindíveis para sobreviver. Vi então o quanto meus valores haviam mudado, e a dificuldade que ainda existia em achar que a simplicidade da terra era considerada pobreza. Esta memória permanece em nós, ou vivemos isto como excentricidade, aventura, ou nos debatemos nos sacrifícios que às vezes a própria vida nos impõe. E dessa simplicidade, que às vezes nos traz também saudade, melancolia, é como uma busca de nós mesmos, de viver a terra em nós mesmos, de experimentar andar na chuva sem proteção, de tomar um banho de água gelada no inverno, de caminhar na mata, de correr de braços abertos nas dunas, de rir simplesmente sem precisar de nada engraçado, de acordar cedo para assistir o nascer do sol, de presenciar a hora em que a noite troca pelo dia como uma página que vira, que os Guaranis chamam de “a hora da visão”, de ficar acordado para escutar o primeiro passarinho que canta na madrugada, e muitas outras formas de terapias que a natureza nos oferece todos os dias.
Quando aceitamos ser natureza e não nos diferenciamos dela, tudo fica em paz, e é possível sentir alegria. Quando negamos esta própria natureza que somos, nos sentimos separados e assim sem força e sem poder, tudo fica difícil e sem graça e vamos morrendo internamente; vem o desânimo, a falta de entusiasmo, brigamos com tudo e com todos. Lidar com estas sensações nos dá muita impotência e descrença. A mente nos domina.
É preciso lembrar que tudo pode ser diferente, se optarmos em viver verdadeiramente; respirar mais, se observar mais, observar nossos pensamentos, lembrar que são só pensamentos, escutar os barulhos externos, perceber os estados internos, as emoções, as vontades, e lembrar da capacidade infinita que somos.

terça-feira, 17 de julho de 2012

A LINGUAGEM DO CORPO NA EXPRESSÃO DA VIDA


A Ciência e a Arte da Cura sempre caminharam em paralelo na história da Humanidade. Além do fascínio que desperta na vida das pessoas, estão também associados a busca do homem em encontrar sua essência e viver bem. Corpo/Alma, Matéria/Espírito tem sido tema de diversos estudos, pesquisas e literaturas, levantando polêmica, tanto no âmbito da ciência quanto das religiões. 

Que mistérios regem a vida, que interferem na saúde causando doenças tão relativas a cada pessoa, desde seu contágio, sua sintomatologia e cura?

Tantos questionamentos sem respostas, tantas conjecturas sobre o assunto, e no entanto, somente compreendemos um pouco, quando conseguimos nos abster da lógica mental e acessamos às informações em nível inconsciente, que são, muitas vezes, inexplicáveis à razão, mas capazes de produzir grandes diferenças no viver cotidiano. Entretanto, a grande pergunta é: por onde podemos começar este acesso?

Muitas vezes, sabemos o que pretendemos realizar, mas quando partimos à ação temos de imediato a sensação de que não vamos conseguir. Queremos falar, escrever, ou agir, mas tudo fica confuso, ou sentimos um imenso vazio. E aí, desistimos por não saber por onde começar. 

Eu percebi, através do trabalho interno, que devemos começar a partir daí. Esta é a porta que deve ser aberta e, aquela sensação de confusão ou de vazio é o limite entre dois estados internos: a comodidade do mental e o desconforto da inconsciência, ou o passo adiante ao desconhecido. O mais comum é recuarmos e não adentrarmos a essa porta. Mas... Quando seguimos confiantes e olhamos pra nós mesmos, percebemos o que de fato está acontecendo.

Essa, sem dúvida, é a forma de começar a realizar aquilo que gostaríamos de fazer: assim que aprendemos a conhecer o que se passa dentro de nós, adentramos a essa porta do Ser e passamos também a compreender um pouquinho do que está lá fora.
Nosso corpo é um grande e mágico livro. É uma epopéia de milagres. Milagres que acontecem a todo instante, mas que às vezes são entendidos como sofrimento. Por vezes, percebo que algo está acontecendo dentro de mim, num movimento energeticamente forte, e isto causa alteração no meu bio-sistema, provocando sensações físicas. Quando paro para sentir o movimento e me coloco “em foco”, tudo se ilumina e se integra, basta esperar acontecer.

A pratica do focar – Um Trabalho de Auto-percepção

1º Nível – O Trabalho sobre si mesmo

1ª Etapa – desarme do estado negativo
- Traz o evento disparador da emoção
- Coloca atenção, com intenção de perceber onde esta se manifesta no corpo físico.
- Fica atento ao que percebes, simplesmente sentindo.
- Simplesmente sentir, sem julgar, sem querer mudar nada. Pergunta apenas, sem responder: Como é o nome do que estou sentido?
- Prova o nome do sentimento e observa se fica igual, aumenta ou diminui. Se aumentar, pergunta outra vez e espera outro nome e prova. Esperando que o estado responda, indicando o desarme. Quando desarmou, entra outro estado. O corpo indica o desarme através do novo estado. Quando a emoção é verdadeira em 30 segundos desativa a sensação física. Se ficar igual ou aumentar, não é verdadeira a emoção.

2a Etapa - manifestação do positivo que estava preso. Reconhecimento do que é real.
- Na 2a fase, se a palavra corresponde ao estado, a sensação aumenta. Se fica igual, espera outra palavra. Uma vez que aumentou vamos ao último passo. No final é importante fazer a Re-identidade, repetindo 3 vezes em voz alta, sempre sentindo o estado.

REFLEXOS DE VIDA E MORTE

Não há cercas que eu não possa abrir
Não há caminhos que eu não possa andar
Não há montanhas que eu não possa subir
Não há céus que eu não possa voar

Em cada estrela que eu coloco meu olhar
É uma linha que se forma
Que se trama em milhões de fios
Que se confundem com infinitos dramas

São fios do meu pensamento
Que se tramam nesse imenso movimento
É um movimento que destrama
Todos os fios do meu pensamento

E é o pensamento no meu movimento
E é o movimento do meu pensamento

E eu vou voando no meu pensamento
E eu vou soltando o meu sentimento
E vou me soltando no meu movimento
Vou movimentando esse firmamento

É nessa trilha que eu vou seguindo
É neste jogo que eu vou vivendo
É neste olhar do que eu estou querendo
Que eu vou conseguindo este movimento
E vai se abrindo meu pensamento
Vai liberando meu sentimento

Eu vou alcançando este imenso vôo
Onde não existe mais nem céu nem terra
Já não me enredo nos meus pensamentos
Nem me enrolo mais nos meus sentimentos

Onde minha alma já não é mais minha
Eu já não existo, já não sou sozinha
É um infinito com infinitas linhas
Já não luto mais com meus pensamentos
Já não luto mais com meus sentimentos

Eu me integro a tudo pois já sou o todo
Eu já não sou tudo eu só sou o nada
Eu só sou um nada mas também sou tudo
Já não sei mais nada
Eu só simplesmente sou !

quarta-feira, 11 de julho de 2012

CONTOS XAMÂNICOS - RELATOS VIVENCIAIS

Quando iniciei neste caminho, estava muito envolvida com práticas energéticamente sutis, ligadas ao esoterismo , sufismo, budismo, em busca de algo que preenchesse o imenso vazio do meu peito e me desse uma resposta se o que eu estava vivendo era realmente o meu caminho.
O contato com o Caminho Vermelho me trouxe um contraste muito chocante. Por mais que eu tentasse aceitar, internamente, questionava, criticava e repelia tudo e todos.Ao mesmo tempo em que os cantos, os ritos me despertavam uma lembrança, me provocava um misto de saudade, tristeza e melancolia, que  me fazia chorar, vinha um impulso de fugir,  mas algo misterioso me envolvia e me atraía imensamente..
O líder espiritual um jovem médico, extremamente amoroso e carismático , com muita determinação, às vezes, duro e rispído nas suas posturas e atitudes, gerava muita contradição, variando entre sentimentos de completa negação, profundo carinho  e por vezes, idolatria.
Desde criança fui levada a me criticar, me sentindo extremamente insegura. A educação rígida da mãe e a presença omissa do pai despertavam em mim, muito medo, muita culpa, impossíveis , porém, de abafar meu espírito louco e aventureiro, mas era como se soasse um alarme ressonando: PERIGOOOOOO!
Entretanto, podem imaginar como isto me deixava confusa e atraída?
 Abria -se uma porta, para vencer minha insegurança e pânico, os quais já haviam sido focos de muitos processos terapêticos. além disso, a busca de poder espiritual, como uma longa jornada em minha vida, me deixava extasiada com a eminente possibilidade. A promessa que se configurava em minha mente era a abertura da visão como o maior desafio. Imaginava esta abertura me possibilitando ampliar meu contato com mundo espiritual, ajudando ,assim , o trabalho já em andamento, cuja " cegueira " provocava muita frustração.
Minha primeira experiência foi uma cerimônia com plantas de poder, a qual excitava meu medo e o desafio de superá-lo. Formamos uma caravana com  cinco pessoas do meu círculo e literalmente fomos pagar para ver, tudo que imaginávamos ser apresentado.
Era um imenso tippy, uma tenda usada pelos índios norte americanos, um ambiente extasiante. Primeiro, passou uma sacola com tabaco e palha, para fazer um"palheiro", para expressar a palavra em forma de rezo. Eu simplesmente fiz, mas não conseguia experimentá- lo, minha negação era maior que todas as explicações dadas. Tudo era muito estranho para minha mente.
Após foi servido o chá, mal continha minha expectativa e medo. Já havia lido sobre os efeitos e suas visões, e havia criado  toda uma fantasia, entretanto, nada aconteceu conforme o projetado .
Eu apenas me sentia.como se estivesse flutuando na parede da tenda, olhando para o grupo abaixo, curiosa com o que estava acontecendo , mas era como se tudo fosse imaginação.
Em algum momento se formava um tronco de energia , como se fosse um "palanque" e dele, saiam fios elásticos onde se ligavam as diferentes raças do povo da terra. Aos poucos cada uma ia se afastando do tronco ,ainda , ligados pelos fios, parecendo livres; corriam, pulavam , expressando sinais de liberdade. Mas era como se o fio elástico fosse esticando, esticando e quando chegava num ponto de energia que não rebentava, mas também não conseguia mais esticar , o tronco puxava -os de volta, embora se debatessem, e aí tudo recomeçava até se soltarem novamente. Tinha a impressão que éramos nós aqui na terra.
Foi interessante , mas imaginava que seria diferente.Incrível, quando temos uma expectativa, mesmo que as coisas aconteçam, se não corresponde ao esperado , nos sentimos frustrados. E, foi assim que me senti, nos debatíamos no caminho de volta, procurando entender ou encontrar alguma explicação.
Outros episódios aconteceram , aumentando ainda mais minha certeza que não era o que eu estava esperando.
Quase no final da cerimônia ,na hora em que os alimentos estavam sendo rezados, resolvemos sair , ir embora. Fora do grupo, olhei em volta, olhei para o grupo e disse à mim mesmo:- Esta não é minha praia.
Durante a viagem de volta, algo estava muito mexido dentro de mim. Queria que fosse diferente.
Resolvi desistir, mas embora eu justificasse de toda maneira minha decisão, uma parte em mim não ficava em paz.
Após uma semana , a pessoa que me convidou, voltou a me visitar para compartilhar da minha experiência . Relatei o evento, tudo que tinha acontecido, informando-lhe a minha decisão , ela então me propôs , que retornasse a mais uma cerimônia, para decidir com mais certeza. Embora  ainda, com dúvida, confesso que senti um certo alívio, resolvi dar mais uma chance.
Foi uma cerimônia com ayahuasca e foi muito intensa. Desta vez o encontro era ao ar livre, todos sentados em círculo ao redor do fogo. Depois do rezo com o tabaco foi servido o chá, também chamado carinhosamente, como avózinha. Concentrei minha atenção no fogo, quando , de repente tive a sensação de deslocamento para um outro lugar. Era muito sombrio, imaginava ser um mundo infernal, as  sensações do corpo eram incompreensíveis, extremamente desconfortáveis. comecei , então a repetir mentalmente, tentando me confortar, Eu Sou Luz, Eu Sou Luz...e encontrava uma calma, a qual ia me envolvendo, mas logo vinham pensamentos que alteravam meu estado e novamente me sentia sendo puxada, voltando as sensações do corpo. Tinha a impressão de uma voz repetindo atrás de mim , tentando me orientar, que repetia. "Tu sabes quem tu és, não te dispersa, não te dispersa" e, assim continuava a luta. Entrava num estado luminoso e tudo ficava maravilhoso, mas aos poucos vinham pessoas da minha convivência diária, que me distraiam, me dispersava e voltava a luta.
Cheguei a um lugar amplo, ao longe avistava uma mulher muito linda, luminosa e a voz me dizia que era eu, que fosse até ela. Eu saia correndo na sua direção, ansiosa pelo encontro, mas se abria uma fenda entre nós a qual impedia a aproximação. Queria atravessar ou dar um salto, mas não conseguia, me olhava no fundo da fenda como uma pessoa sem nenhum valor, um nada, alguém que não tinha nenhum merecimento de coisa alguma ,menos ainda de ser aquele eu luminoso.
E, assim voltava ao mundo já conhecido e tudo recomeçava.
Num certo momento, comecei a implorar por ajuda , que eu queria voltar, que me mostrassem o caminho. De repente , era inacreditável, voltei a vislumbrar o fogo. Ali se mostrava um caminho.
Fiquei extremamente impressionada, mas sentia que ali se mostrava uma saída para minha vida, uma orientação para superação de minhas dificuldades.
Comecei a observar as distrações no meu dia à dia e, o quanto me dispersava em cada momento.
Embora, continuasse a sentir medo, minha vontade de ser aquele eu luminoso, me impulsinou no desafio de vencer a mim mesmo, para viver livre e feliz.
Hoje este caminho é a minha própria vida, que se integra com tudo com todos e, é só agradecimento.
Ahá, Metaquiaze!!!!!1

sexta-feira, 6 de julho de 2012

A LINGUAGEM DA LUZ NO PROCESSO TERAPÊUTICO

Quando permanecemos muito tempo com a mesma luminosidade, nossos olhos se adaptam aquela quantidade de luz, passando o comando para todo o corpo de sua adequação. As ações e reações passam a acontecer relativamente.
O estabelecimento de novo contato exige um certo tempo para readaptação. A vivência deste processo desde o nascimento, porém, nos faz crer que aquela quantidade de luz recebida é o máximo da capacidade humana.
Culturalmente e ideologicamente toda a população é condicionada a acreditar "ser assim". Quem vê além, é diferenciado e enquadrado dentro dos parâmetros existentes da paranormalidade ou super dotação.
Desde criança fiz contatos com estas pessoas, numa pequena comunidade rural e esta rotulação me provocava medo. Este medo causou sérios bloqueios em minha vida, impedindo-me a visualização de novos processos de vida. Hoje, ao relacionar-me com as pessoas, verifico a importância destes conceitos em suas vidas sem, contudo, ser possível interferir nas experiências do momento, pois entendo que é necessário este período de readaptação. (Relato de experiência da autora).
Esta luz, no entanto, é confundida e visualizada fenomenologicamente, enquanto sua classificação é o centro dos mais diferentes tipos de pesquisas científicas.

Bárbara Ann Brennan (1987: 54), em seu livro ''Mãos de Luz", escreve: "em todo o discurso da história, a ideia de uma energia universal que impregna toda a natureza foi defendida por muitas mentes científicas ocidentais. Essa energia vital, percebida como um corpo luminoso foi registrada, pela primeira vez na literatura ocidental pelos pitagóricos, por volta de 500 a.C. Sustentavam eles que a luz produzia uma série de efeitos no organismo humano, incluindo a cura de doenças".
Richard Gordon (1978: 20), no livro "A Cura pelas Mãos", afirma: "a força vital é uma forma sutil de energia eletromagnética. É a corrente animadora da vida e uma realidade fisiológica no corpo...”.
“Através dos séculos, a força vital tem sido rotulada com diferentes nomes por muitos povos. Cristo a chamou de "luz", os russos em suas pesquisas psíquicas, chamaram-na energia "bioplasmática"; Wilhelm Reich referiu-se a ela como "energia orgone", os iogues da Índia Oriental chamam-na de "pran" ou "prana". Para os Kaunas, ela é "mana"; Paracelso chamou-a de "munia". O termo comum chinês é "chi ou ki", manuscritos alquimistas falam de "fluido vital", Eaman descreveu-a como "força X"; Bruner chamou-a energia "biocósmica"; Hipócrates chamou-a ''Vis medicatrix naturae" (força vital da natureza)”.
Ela também tem outros nomes, como bioenergia, energia cósmica, força vital, éter do espaço, etc. E estou certa que há inúmeros outros. Para simplificar, referir-nos-emos a ela como força vital, ou simplesmente "a energia". A força desta energia atua sobre o homem através do corpo, como se utilizasse um sistema circulatório invisível, gerando uma carga vibratória cuja interpretação lhe garante a comunicação interna, para acessar a mesma força vibratória que está ao seu redor. O conhecimento sobre o funcionamento orgânico e energético do corpo permite ao ser humano, atuar sobre sua própria força vital na autogestão da vida. O condicionamento de nossa mente de que o funcionamento harmônico depende das influências externas, nos isentam "comodamente" que não depende de nós a condução universal.
Escondemo-nos atrás da dor, da linguagem oral, dos mais diversos mecanismos, com medo do nosso silêncio, e assim ocultamos nossa essência, em busca de quimeras, como se esta estivesse num campo coberto de flores, num céu cheio de estrelas, no coração apaixonado do sexo oposto, em raios coloridos brotando do coração amigo, sem perceber que todas estas imagens e sentidos, estão codificados na essência do nosso ser.

- O que vejo é o mesmo que o outro vê?
- Quando um descreve outro não cria?
- Quem garante a realidade?

Criamos nossas próprias fantasias e nossas próprias realidades.
Dr. Deepak Chopra (1989: 129--131), afirma: "Toda nossa fisiologia pode se transformar tão rapidamente quanto um neuropeptídio, que é parte do corpo mecânico quântico".
Porque podemos mudar, como o mercúrio, a qualidade fluida da vida é natural em nós. O corpo material é um rio de átomos; a mente, um rio de pensamentos; e o que os mantém unidos é um rio de inteligência. A beleza de uma imagem tão simples reside no fato de que a inteligência é simples; as complicações surgem quando alguém procura detalhar toda a maquinaria incrivelmente complexa do sistema mente-corpo.
A mente tem a propriedade de manter todas as nossas ideias armazenadas, digamos, em um reservatório silencioso, onde são organizadas com exatidão em conceitos e categorias. Sem definirmos o processo como pensamento; talvez vejamos a natureza pensar em muitos canais diferentes, dos quais nossas mentes estão entre os mais privilegiados; ela pode criar sua realidade quântica e ao mesmo tempo experimentá-la.

Um evento quântico no campo das ondas de luz pode ser muito objetivo, mas e se a realidade quântica estiver presente apenas no campo de nossos pensamentos, e emoções ou desejos? Quando a pessoa está convencida da sintomatologia vivenciada no dia-a-dia, continua presa á sua própria realidade, onde "estar doente", "não ter prosperidade", ser infeliz, estar em constante culpa etc. é a entrada de dados que predomina.
Estes estados de ser constituem, para si, sua própria verdade. A pessoa cria seus próprios cenários, se convence deles, de tal forma, que esta crença se estende até suas próprias células. Assume assim, o seu próprio drama. "Pensar é formar dentro de nós padrões tão complexos, rápidos e de uma riqueza tão variada quanto a própria realidade". (Deepak Chopra, op. cit.: 131).
No trabalho realizado, quando fecho meus olhos para visualizar que tipos de informações são possíveis ler no corpo da pessoa atendida, vão se formando ondas de luz com frequências coloridas, símbolos, contornos, imagens e sensações, que me permitem intuir a história que sua consciência armazenou em suas células e seus registros vão sendo decodificados.
À medida que os bloqueios energéticos vão sendo desobstruídos, a luz vai se abrindo de forma instantânea e as sensações do corpo vão se alterando, desaparecendo os sintomas relacionados.
É interessante observar as mudanças das cores em menos de um milésimo de segundo, alterando-se por vezes num simples toque da mão ou da mente. Em dadas situações, na conexão com a luz, me surpreendo fazendo contato com as cores e na rapidez de sua mudança, quando a pessoa involuntariamente altera o seu pensamento momentâneo.
Estávamos terminando uma sessão, quando Marta vibrava com as cores azuis e verdes, misturando-se com nuances de dourado, e eu me encantava, ao visualizar o maravilhoso quadro. De repente, tudo ficou escuro, como num apagar das luzes.
Quis entender a causa e perguntei a ela se havia mudado seu pensamento, sendo que respondeu afirmativamente. Indaguei sobre o tema pensado, quando respondeu: "meu sobrinho, quero muito ajudá-lo, mas não consigo". O desejo manifesto trouxe imediatamente o pedido de ajuda, traduzido através das cores.
Num dos momentos em que escrevia este trabalho, tive uma sensação no meu corpo, através da audição, me permitindo escutar e escrever o que segue:
Luz é informação. No escuro não há informação. Magia é fazer o escuro acender-se em múltiplas cores, despedaçando-se em pequenos fragmentos luminosos, que se espalham em outras áreas também escuras.
Cura é magia. Curar é acender luzes na escuridão. Quando se entra em contato com a luz, nem sempre o corpo está apto para tal, por isso sofre uma série de sintomas denominados como desarmonia, doença, desequilíbrio e outros rótulos mais que os homens adoram usar.
A sintonização dos canais luminosos está nas mais diversas partes do ser humano, no corpo físico, onde recebe todo o impacto dos demais corpos, mas que ainda não conseguiram ajustar.
No momento em que tal fato é permitido, começa a espalharem-se fragmentos de luz, transformando a dor em bem-estar, mudando todo o padrão dos demais corpos que interferirão diretamente na complexa maquinaria humana. Um ponto está ligado diretamente a outro, eletronicamente interligado. Basta ligar a tomada. Somos um complexo todo luminoso, um feixe de luz único, recebendo todas as informações de uma vasta rede.
Por que? Por que, não aceitam fazer parte deste todo. Negando, interrompem o canal energético, prejudicando uma grande parte da rede e comprometem o todo.
A luz possui uma linguagem própria, associada ao som, comandada pelo pensamento.
Quando o homem busca fora de si a responsabilidade para seus infortúnios perde a oportunidade de acionar o seu próprio canal e encontrar as suas próprias respostas. Tocando no seu corpo e mente ele vai encontrando e abrindo sua rede para acessar suas informações.

Alguns passos são importantes.

Tomar conhecimento do funcionamento dos seus corpos e de sua conexão universal .
• Permitir que seus canais de comunicação sejam abertos, descongestionando os entulhos gerados através de registros anteriores, sentimentos, emoções, formas pensamentos e pensamento .
• Manter-se permanentemente conectado ao Universo. Para tanto, basta deixar a mente ocupada com bons pensamentos ou em oração .
• Observar seu pensamento, sem luta, lembrando que é só sua mente e ampliar sua percepção escutando os ruídos externos .

Estar atento às reações orgânicas, pois estas funcionam como sinais, que nos chamam a atenção para a necessidade de observar nosso campo informacional, emoções ou captações energéticas absorvidas do campo vibracional associadas a pensamentos, memórias dos mundos inconscientes, ambientes, contato com outras pessoas, eletromagnetismo, etc...
Se você amar mais e mais, permitindo sua ampliação e integração ao Amor Universal, sentirá sua inclusão no Campo Energético Universal (CEU), sentindo-se assim parte dele, deixando apenas fluir. Assim a vida se transformará num conjunto de ações e reações, regidas pelo eletromagnetismo do planeta. Poderá sentir-se nele e feliz por estar diretamente contribuindo positivamente na sua conservação e elevação de sua consciência cósmica.
Toda a natureza vibra conosco e através de nós. Mas aprendemos a responsabilizar Deus pelas desgraças de nossa vida, nem sempre, porém, agradecemos pelas graças recebidas. Se a natureza vibra através de nós, como podemos atribuir a ela a nossa infelicidade?
Todos estes conceitos, preceitos a maioria de nós já conhece, mas a grande pergunta é: O que fazer para atingir a mágica de viver em harmonia? Lembramos geralmente de um fato, ou momento em nossa vida, que nos sentimos como gostaríamos de ser eternamente. Geralmente, sentimos nostalgia, ao suscitar a lembrança. Ou então, sentimos saudade, mas não sabemos de que.
Às vezes quando, escutamos que tudo depende de nós, sentimo-nos extremamente incompetentes, culpando-nos dos insucessos diários, Como os únicos responsáveis por tudo que nos acontece.
Entretanto, é importante ressaltar que na mesma rede de luz que permeia o Universo, também existem os pontos escuros, que contrastam com a luz, dando-lhe formas e realçando cores. No entanto, até entendermos o sentido dos opostos, sofremos sua interferência na sintomatologia psico-físico-emocional. No trabalho terapêutico de defesa energética, tenho constatado o seguinte caminho da luz.
Inicio o trabalho com a leitura do corpo, ou seja, de olhos fechados vou visualizando as cores e as formas, ligadas a temperatura e sensações. Outro objeto de leitura é o pêndulo, o qual me proporciona informações sobre os chacras e de acordo com os seus movimentos concluo o estado geral da pessoa.
As cores mais comuns ao iniciar o processo são: preto, verde amarelado, verde água quase azul, vermelho. À medida que se entra em contato, dependendo da densidade energética ou gravidade da questão em tratamento, as cores vão se alterando, para laranja, amarelo, verde, misturando-se até que seja totalmente tomada pelo violeta.
Após esta cor, geralmente aparece o azul brilhante misturado com verde forte, dando-me a certeza da conclusão daquela etapa de trabalho.
Interessante que as formas e as cores visualizadas são quase sempre também acompanhadas pela pessoa em atendimento. Vale lembrar que as formas apresentam-se em sentido figurativo, acompanhada, porém, da informação intuitiva.
Fico pensando quantas pessoas vejam cores, rotineiramente, sendo que desconhecendo sua linguagem e incapazes de ouvir sua voz interior, deixam de se comunicar com o Universo, perdendo assim a possibilidade de alterar sua própria realidade e viverem de uma maneira mais harmoniosa e sadia.